Empresários de frigoríficos e tradings e representantes da indústria têm pressionado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a mudar o comando do Ministério do Meio Ambiente, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, o movimento pela saída de Ricardo Salles foi iniciado no mês passado e é motivado pelo receio dos setores econômicos em perder mercado, sobretudo na União Europeia, por causa da imagem negativa do Brasil.
No mês passado, gestoras europeias de recursos no Brasil ameaçaram desinvestir no país caso o desmatamento na floresta amazônica não seja reduzido.
Em conversa relatada à Folha, no entanto, mesmo diante das pressões interna e externa, o presidente disse na última semana a um grupo de ministros que não pretende retirar Salles da pasta.
Ele salientou que o auxiliar conta com apoio na bancada ruralista e que a imagem negativa se deve a uma tentativa de nações estrangeiras de tutelar o país.
Hoje, o setor ruralista está dividido, destaca o jornal paulista.
Se dirigentes de frigoríficos e tradings têm pressionado pela saída de Salles, agricultores e sucroalcooleiros pregam a sua permanência no posto sob o argumento de que ele tem feito mudanças importantes na legislação atual.
Segundo auxiliares do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha, o movimento de frigoríficos e tradings tem apoio e é estimulado dentro do próprio Ministério da Agricultura por aliados da ministra Tereza Cristina.
Eles defendem que o Meio Ambiente deixe de ser um ministério e passe a ser incorporado pela pasta.
Em um encontro recente com Bolsonaro, um industrial paulista chegou a sugerir até mesmo que a pasta seja dividida.