A jornalista e ex-consulesa da França, Alexandra Baldeh Loras não se intimidou em estar ao vivo na CNN Brasil para criticar a própria emissora pela decisão de escalar William Waack para comentar a onda de protestos nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd.
Ao participar do programa CNN 360º, a ativista francesa, que mora no Brasil há 8 anos, pediu para que o canal convidasse jornalistas negros para falar sobre o assunto, ao invés de um profissional que já se envolveu em um episódio de racismo, que causou a demissão da Globo.
“Hoje, a CNN e toda a mídia brasileira têm o poder de convidar acadêmicos negros para conversar sobre essa temática. Quando vejo o William Waack, que foi mandado embora por um episódio de racismo, hoje ele debater tanto tempo sobre o racismo… Eu acho que deveríamos também convidar negros para debater sobre essas questões”.
E a ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras, que mandou esse ao vivaço na CNN, detonando o protagonismo de William Waack, demitido da Globo por comentários racistas, nos comentários sobre os protestos antirracistas nos Estados Unidos? pic.twitter.com/Pgh5LDrExt
— William De Lucca (@delucca) June 2, 2020
Formada em jornalismo e mestre em ciência política pelo Institut d’Études Politiques de Paris, mais conhecido como Sciences Po, Alexandra veio para o Brasil acompanhar o marido, Damien Loras, então cônsul da França.
“Viajei por 50 países e vivi em oito deles. O Brasil é o segundo com a maior população de negros, depois da Nigéria. Quando cheguei aqui e liguei a TV, não vi negros nos desenhos animados, nas novelas nem nos telejornais. Nem em cargos públicos. Somente 4%. O que me fez concluir que se tratava do país mais racista do mundo”.
A GloboNews também foi criticada virtualmente após escalar um elenco de brancos para comentar o tema e na última quarta-feira (3), fez uma edição do programa ‘Em Pauta’ apenas com jornalistas negros.