“O que vem à tona é grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos R$ 600 da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um ‘não’. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado”, afirmou ele.
Bonner ainda explicou que não sabe se a pessoa que usou os dados do filho conseguiu ter acesso ao dinheiro: “O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado”.
Na rede social, o jornalista revelou também que o CPF do herdeiro foi usado para outros crimes. “Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras”, contou.
Confira posts completos do jornalista:
Organizando em thread pra facilitar a leitura:
Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público.
Primeiro, a injustiça.
Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras.
Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência.
A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático.
A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático.
Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param.
E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público.
Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria. Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda.
O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado.
Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público?
Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?
De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa.
E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.