Um dia depois de reagir com um “e daí?” ao número recorde de mortos pelo novo coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou os governadores e prefeitos pelo aumento da crise no país. Bolsonaro se reuniu com 25 deputados dos PSL nesta quarta-feira (29/4), para um café da manhã. Ao sair do Alvorada, trouxe junto parte deles e passou, com a ajuda dos aliados, a criticar as notícias que relatam sua entrevista na noite anterior quando, ao ser questionado sobre as 5.017 mortes registradas pelo Ministério da Saúde nesta última terça-feira (28/4), reagiu dizendo: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
“As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele, que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar. Não vão botar no meu colo essa conta”, disse Bolsonaro, em menção ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu virtual adversário em 2022.
Indagado pelos jornalistas se não havia dito a frase “e daí?”, Bolsonaro demonstrou impaciência. “Você não botou o complemento! Você não botou o complemento!”, afirmou. Os jornalistas perguntaram qual seria o complemento. “O complemento é que que eu lamento. Está lá. Falei aqui. Perguntei, tinha pelo menos duas TVs ao vivo. Mesmo ao vivo… A Globo tem que se definir. Eu não vou pagar para vocês falarem a verdade, nem bem de mim. Não vou pagar para a Globo escrever a verdade ou falar bem de mim. Perguntem para o Doria a questão de óbitos que estão acontecendo”, disse Bolsonaro.