O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) tem sido um dos nomes cogitados para ocupar o cargo de ministro da Saúde, diante da iminente demissão de Luiz Henrique Mandetta da função. O parlamentar tem defendido o fim do isolamento social em meio à pandemia do coronavírus, mesma ideia que tem o presidente Jair Bolsonaro. Mandetta perdeu força no cargo por confrontar o chefe e sustentar a tese do isolamento total para conter o avanço da Covid-19.
Em entrevista ao programa Isso é Bahia, na Rádio A TARDE FM, na manhã desta quinta-feira, 16, Osmar Terra negou que tenha interesse no ministério. O deputado ainda repudiou a divulgação de uma conversa que teve, gravada por jornalista da CNN, em que falava da saída de Mandetta com o ministro Onyx Lorenzoni. “Essa escuta telefônica foi uma coisa totalmente imoral. Eu não digo lá, em nenhum momento, que quero ser ministro. Não há essa história, não há essa possibilidade. O hábito da esquerda é desqualificar a pessoa, não o argumento”, atacou.
O parlamentar afirmou ainda que diz o que pensa sobre a pandemia por ser um médico que já enfrentou três epidemias, por isso tenta apenas transmitir sua experiência. Durante a entrevista, Osmar Terra voltou a criticar o isolamento social adotado no Brasil. “Nos outros países, quando fechou todo mundo em casa, triplicou o número de casos”, disse.
De acordo com o deputado, estados como São Paulo e Rio Grande do Sul já tiveram o pico da pandemia, e faz sua previsão para o país: “Estaremos sem pandemia no Brasil no final de maio. Entre essa semana e a outra, ocorrerá o pico”.
O ex-ministro da Cidadania disse que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para adoção de quarentena é “história” e “não é lei”. “Isso é uma proposta… os países que não fecharam tudo estão com resultado muito melhor do que os países que decretaram quarentena. Botaram o pessoal dentro de casa e a epidemia cresceu mais ainda”, argumentou.
Osmar Terra também minimizou o levantamento que o colocou como o parlamentar que mais publicou fake news nas redes sociais. O estudo foi realizado pelo Radar Aos Fatos. Questionado, durante a entrevista, sobre como espera que as pessoas acreditem nos seus argumentos, uma vez que é classificado como o parlamentar que mais dissemina desinformação, o legislador partiu para o ataque à imprensa: “Da mesma forma que espero que as pessoas não acreditem na imprensa da extrema-esquerda. Esses jornais O Fato, Congresso em Foco, tudo isso aí é da esquerda. As pessoas têm opinião diferente, elas acham que o que você está falando não é verdade”.