Pouco após ter feito um relato sobre a Covid-19 em uma rede social, Diogo Azeredo Polo Boz, com 27 anos e nenhuma doença crônica, foi internado pela quarta vez em um hospital de Osasco, em São Paulo. Quatro dias depois, na última sexta-feira (10/4), ele veio a óbito. As informações são do jornal O Globo.
“É horrível, uma tosse que não para. Te impossibilita de respirar e te faz ter dores que você não imaginaria. Não aguento mais essas dores, ficar em uma sala de isolamento para poder melhorar e nada mudar. Qualquer coisa que você faça, já fica cansado, sem ar. Se cuidem, fiquem em casa, não é gripezinha. É real e está muito perto de todos”, postou Diogo no último dia seis de abril, quando aguardava para ser transferido a um hospital.
Nas três primeiras idas ao centro e saúde, ele apresentou apenas febre e tosse, sendo medicado e mandado para casa. Na quarta e última vez, Diogo já sentia falta de ar e teve de ser internado.
A mãe dele, Eromar Azeredo Polo Boz, de 55 anos, o viu pela última vez no mesmo dia da postagem. “Ele foi internado às 11h em um hospital que é referência para Covid, então não podia receber visitas, nem ficar com celular. A única forma de receber notícias era ir ao hospital todo dia, às 15h, para falar com os médicos”, conta.
Com insuficiência respiratória grave por causa da pneumonia provocada pelo coronavírus, Diogo teve uma parada cardiorrespiratória e não aguentou. O jovem morreu na sexta-feira santa, sem direito a velório nem enterro por causa do risco de contaminação.
A mãe contou que as cinzas só serão entregues em 24 de abril à família, um dia depois da data que o rapaz completaria 28 anos. “Vou ao supermercado e vejo gente falando que quer trabalhar, que a economia não pode parar. Eu preferia ficar na miséria do que ter perdido meu filho. Dinheiro, coisas materiais, a gente conquista. Meu filho não volta mais”, desabafa.