Salvador: DEM é o mais beneficiado com janela partidária na Câmara; veja como ficaram as bancadas

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Partido do prefeito ACM Neto, o DEM foi o mais beneficiado com a janela partidária, encerrada na sexta-feira, 3. Além de se manter como a maior bancada na Câmara Municipal de Salvador, a sigla foi campeã em número de filiações de servidores de vereadores. Seis deles resolveram tomar o partido como destino, fazendo com que o DEM saísse de 7 para 11 cadeiras na Casa.

A janela partidária é o período definido pela legislação eleitoral para que aqueles que queiram concorrer à reeleição no Legislativo ou a cargo no Executivo possam trocar de legenda sem perder o mandato. O prazo se encerra seis meses antes do primeiro turno das eleições. Já este sábado, 4, foi a data-limite para que os candidatos estejam com filiação aprovada pelo partido e tenham domicílio eleitoral na circunscrição onde desejam concorrer.

O fim da janela mostrou que, se, por um lado, teve sigla vivendo tempos de fartura, por outro, algumas se depararam com a escassez total. PHS e PV, que tinham 4 e 3 vereadores, respectivamente, terminaram a janela partidária sem ninguém. Cidadania e Podemos também registraram perdas. O primeiro caiu de 2 para 1 vereador; o segundo, de 3 para 2.

Outros partidos também engrossaram suas bancadas. O PT saiu de 3 para 4 vereadores, enquanto o PDT subiu de 1 para 2. Por outro lado, MDB (3), PCdoB (2), PSD (1), PSDB (3), Republicanos (2), SD (1), PTB (1), PSC (2), PSB (2) e PSOL (1) não enfrentaram reveses e conseguiram manter as bancadas.

Polêmica

Dos 43 vereadores com mandato, pelo menos 17 mudaram de partido – algumas trocas foram antecipadas por A TARDE na sexta. As mudanças mais conturbadas foram as de Maurício Trindade e Sabá, expulsos de seus partidos, DEM e PV, respectivamente. Aos 45 minutos do segundo tempo, o primeiro se filiou ao MDB e o segundo ao DC, para não correrem o risco de ficar sem se candidatar à reeleição para a Câmara.

Fonte da alta cúpula do DEM, que preferiu não se identificar, relatou à reportagem que a expulsão aconteceu no “pior cenário possível”, com até xingamentos do vereador aos agora “ex-correligionários”.

Trindade recebeu uma carta na manhã deste sábado, na qual o diretório municipal comunicou que não daria legenda a ele, caso quisesse ser candidato pelo partido. No documento, demistas usam matérias de veículos de imprensa para apontar que o vereador vinha efetuando “críticas ácidas” à legenda, “divergindo na maioria das vezes das orientações partidárias e das suas lideranças maiores”.

“Estamos comunicando-lhe o desinteresse do mesmo em tê-lo filiado à nossa agremiação, razão pela qual fica V. Exª notificada da deliberação da Comissão Executiva Municipal que o considera como não mais integrante deste partido, devendo seguir o caminho que melhor lhe convier, deixando claro que acaso insista em permanecer no partido não lhe será concedida legenda ou vaga para disputa das eleições municipais de 2020”, diz trecho do documento.

Ainda segundo relatou a fonte, irritou o diretório do DEM o fato de que o vereador já havia assegurado, em outras ocasiões, que deixaria a legenda na janela partidária. Com base nisso, a sigla prometeu a vaga dele a outros vereadores que negociavam filiação. De última hora, Trindade teria resolvido não sair, atitude não aceita pelos demistas, que temiam quebra do compromisso selado com outros vereadores. A TARDE não localizou o vereador para comentar o assunto.

Já Sabá atacou o presidente do PV, Ivanilson Gomes, e classificou sua expulsão como “esdrúxula e covarde”. O vereador também chamou o dirigente de “mau caráter”.

 

“Foi acordado há 45 dias, juntamente com o presidente da Câmara, Geraldo Jr. e o vice prefeito Bruno Reis, a minha manutenção no PV. Ontem [sexta], eu tomo conhecimento, às 16h30, que chegou a carta da minha expulsão, justamente aos 45 minutos do segundo tempo. Atitude covarde desse cara. O objetivo desse era me execrar, para que eu não participasse da eleição deste ano”, disse Sabá, em áudio obtido pela reportagem.

Trocas

Outra mudança que deu o que falar foi a do presidente da Câmara, Geraldo Jr. Ele deixou o SD e ingressou no MDB, tornando-se membro da Executiva da sigla na Bahia.

Além de Maurício Trindade, a vereadora Ana Rita Tavares também enfrentou problemas ao migrar do PMB para o PT. Inicialmente a Executiva Municipal petista não aceitou seu pedido de filiação, mas a decisão foi revertida pela Executiva Estadual, que permitiu seu ingresso.

Líder do governo na Câmara, Paulo Magalhães Jr. foi um dos três vereadores que deixaram o PV esvaziado. Trocou a sigla pelo DEM, ao qual foi filiado no passado. Quem também debandou foi Henrique Carballal, que migrou para o PDT.

Um dos nomes mais próximos ao vice-prefeito e pré-candidato a prefeito Bruno Reis (DEM), Kiki Bispo deixou o PTB e se filiou ao DEM. Até então sem partido, Marcelle Moraes também engrossou as fileiras demistas. De volta à Câmara após ter passado um período como secretário municipal de Ordem Pública, Felipe Lucas migrou do MDB também para o DEM. Beca, que saiu do Cidadania, e Cátia Rodrigues, que abandonou o PHS, foram outros que tomaram como destino o partido do prefeito ACM Neto.

Isnard Araújo, Fábio Souza e Téo Senna debandaram do PHS para o PL, SD e PSDB, respectivamente. Com a saída do Podemos, Carlos Muniz também selou seu desembarque da base do governador Rui Costa ao ingressar no PTB, que apoia o prefeito de Salvador. Daniel Rios trocou o MDB pelo Patriota, enquanto Cézar Leite deixou o PSDB para se filiar ao PRTB, onde será candidato a prefeito de Salvador.

adm

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