Enquanto o governo federal decide o que fazer quanto aos impactos na economia decorrentes da pandemia de coronavírus, o prefeito de Salvador, ACM Neto, entende que não há muito o que pensar. Também presidente nacional do Democratas, um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro, o gestor acredita que o governo é a “ponta mais forte” em todo essa cadeia.
“Nós não temos hoje dois caminhos a seguir, só tem um caminho: injetar dinheiro na economia. É dar apoio aos mais pobres, à pessoa para não morrer de fome, e, do outro lado, analisar cada medida nos principais setores produtivos afetados pelo coronavírus”, avaliou o prefeito, em entrevista ao jornalista Tales Faria, do UOL.
ACM Neto disse se preocupar com a atividade econômica, mas é preciso focar em salvar vidas. Nesse sentido, o democrata criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus, que já deixou milhares de mortos em todo o mundo.
O prefeito de Salvador disse que Bolsonaro vem “subestimando a seriedade do coronavírus” e afirmou que não vai aceitar a sugestão presidencial de suspender as medidas de distanciamento social.
“Num momento como esse, não é hora de fazer política. (…) Lamento que o presidente parta para o enfrentamento, porque agora a gente precisava de outra coisa, um presidente que unisse o país, que construísse pontes, que fizesse um canal direto de comunicação com governadores e prefeitos”, avaliou Neto, lembrando que nem mesmo os gestores estaduais e municipais devem querer capitalizar politicamente com a pandemia.
Durante a entrevista, ACM Neto ainda elogiou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, filiado ao DEM. Na avaliação que fez, o político conseguiu construir ponte de diálogo direta com o cidadão, com “ponderações equilibradas” e “mensagens acauteladas”.
Eleições em outubro
O prefeito também foi questionado sobre a possibilidade de adiar as eleições municipais de outubro. Para ACM Neto, agora não é o momento de falar disso, embora se mostre contra a possibilidade.
“A alteração só se justificaria se nós chegássemos no período das convenções, portanto, a partir do dia 20 de julho, sem condições de fazer política no país. Aí, caso isso aconteça, paciência. Porque se a gente não tiver vencido o coronavírus até lá, o eleitor, o cidadão, não vai aceitar que se faça eleição”, afirmou.