Maria Aparecida Martinez, de 54 anos, mãe de um jovem que morreu com suspeita de coronavírus na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, fez um apelo para que os jovens fiquem em casa durante a pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista ao G1, ela lamenta que o filho não tenha sido testado antes e tido a chance de receber tratamento apropriado.
Segundo a mãe, ele era músico, publicitário e totalmente saudável. Ela detalhou a evolução do diagnóstico de Gabriel. No sábado (14), ele estava bem e não apresentava sintomas. No domingo (15), relatou febre e dor no corpo. “Como todos os meios de comunicação falam que devemos aguardar, nós ficamos monitorando”, diz ela.
Na segunda-feira (16), Maria Aparecida procurou laboratórios para comprar o teste para seu filho, mas não achou. Gabriel seguiu com os sintomas e fez um tratamento com antigripais. Ele sentia congestão nasal, tinha febre e cansaço físico, mas não falta de ar. Na quarta-feira (18), ele foi cedo para o Hospital Badim, na Tijuca, onde realizou exames de sangue e um eletro que detectou uma pequena mancha no pulmão. “Como ele estava muito congestionado, achavam que podia ser por isso, acho que não levaram tão a sério”, afirmou.
Na quarta-feira (18), ele deixou o hospital com uma receita de antibiótico e depois de ter tomado três bolsas de soro. Gabriel saiu com uma indicação para teste de Covid-19, mas não conseguiu realizar o exame. Nos próximos dias, Gabriel seguiu piorando. No sábado (21), Gabriel voltou para o hospital e fez novo exame: “Nesse novo exame, mais da metade do pulmão dele já estava manchado”, diz a mãe. Ele morreu no mesmo dia.
A mãe de Gabriel pede que os jovens se conscientizem para a necessidade de isolamento social, diante da suspeita de que o filho tenha se infectado com coronavírus.
“A gente está à mercê destas determinações, você não pode obrigar o médico a fazer, você não consegue testar particular. Eu digo pra todos que tomem muito cuidado, não são só idosos, não são só pessoas debilitadas. Jovens, fiquem em casa e se protejam. A falta de diagnóstico matou meu filho e vai matar outros”, alerta.
À reportagem, o Hospital Badim disse que todos exames de comprovação da doença epidêmica e diagnóstico diferenciais foram realizados e encaminhado aos órgãos oficiais competentes.
“O caso foi devidamente relatado como suspeito para novo coronavírus ao CIEVS. O material de exame para testagem da Covid-19 foi encaminhado para Lacen-RJ. No entanto, só o laudo pode comprovar se o seu falecimento se deu em decorrência do novo coronavírus”, diz o hospital.
A unidade médica destaca que seguiu todos os protocolos do Ministério da Saúde e empregou todos os esforços, humanos e tecnológicos, para salvar a vida do paciente. “Nos solidarizamos com os familiares e amigos do jovem. Aproveitamos para reforçar a importância de a população permanecer em isolamento social durante o período de contaminação pelo novo coronavírus”, declarou.