Homem sequestra e abusa criança de 9 anos no sul da Bahia; suspeito foi baleado

SEGURANÇA

Uma criança de apenas 9 anos foi sequestrada, abusada e mantida em cativeiro por um homem identificado como Francisco José dos Santos, ou “Negão”, de 25 anos. O menino foi levado da cidade de Itabuna, a 426 km de Salvador, e encontrado na cidade vizinha, Ilhéus. Ao descobrir o cativeiro, nesta quinta-feira (5/3), a policia entrou em confronto com Francisco, que foi baleado e está em estado grave.

De acordo com o delegado que está cuidando do caso, Luciano Lima de Medeiros, tudo começou no último dia 26 de janeiro. Francisco fazia obras em uma casa no mesmo condomínio em que a criança morava, conhecia os pais do garoto. Ele estava morando no imóvel em que trabalhava, junto com a dona do local. Neste dia, o suspeito levou a criança ao apartamento.

Enquanto os dois subiam pelo elevador, Francisco tentou tapar a câmera de segurança do aparelho, o que fez o porteiro desconfiar. Com a demora da criança voltar, o funcionário chamou dois policiais, que também moram no condomínio, para irem ao apartamento, mas Francisco negou estar com a criança.

Os policiais fizeram varredura do prédio e não o encontraram. Quando a dona do apartamento chegou e confrontou o homem, ele conseguiu fugir pelas escadas até a garagem onde o menino estava. Juntos, a vítima e Francisco pularam o muro de cerca de 8 metros e sairam correndo. Depois disso, desapareceram.

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INVESTIGAÇÃO

A criança ficou desaparecida por oito dias. O delegado contou que, ao vasculhar o apartamento, os policias encontraram uma pasta com os documentos de Francisco. Um dos papéis mostrava que ele respondia pelos crimes de estupro de vulnerável, sequestro e cárcere privado, além de exploração de trabalho infantil análogo ao escravo, em outro caso, envolvendo uma criança de 12 anos.

Na ocasião, a vítima ficou com o agressos por dois meses até ser encontrada. Francisco chegou a ser preso em 2017, mas foi liberado em 2018 por um fato, no mínimo, curioso: como um dos seus delitos envolvia escravidão, o caso foi enviado a esfera federal, responsável por casos como este, e ele foi liberado para aguardar o julgamento, que não aconteceu.

“Quando encontramos esse documento, vimos que a primeira criança tinha sido encontrada em uma casa em Ilhéus. Fomos a esse local, fizemos diligências, mas ele (Francisco), não estava mais na mesma casa. Como surgiram algumas denúncias de que ele ainda estava em Ilhéus, divulgamos a foto do Francisco nos meios locais. Foi o que funcionou”, relata o delegado.

No mesmo dia em que as fotos começaram a circular, a polícia encontrou o esconderijo. A Polícia Militar informou, por meio de nota, que guarnições da 69ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) e o Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) foram enviadas ao local, no Bairro Hernani Sá.

“A guarnição da PM visualizou o indivíduo, que ao perceber a presença dos policiais, vindo na direção, sacou a arma. Houve reação da guarnição e o sequestrador foi atingido por um disparo”, diz a nota do órgão. Francisco está internado em estado grave.

O menino conseguiu fugir assim que os policiais chegaram. A vítima foi localizada pouco depois e já está com a família. “No primeiro momento, não ouvimos a criança. Foi uma experiência traumática. A escuta ainda será feita, mas com psicólogos, como manda a lei”, explicou Luciano.

Em conversas preliminares com os pais e o ConselhoTutelar, o menino disse que foi abusado e agredido por Francisco, mas ainda não contou porquê fugiu. A família vive em estado de vulnerabilidade social e o suspeito pode ter prometido presentes à criança. O delegado informou que já pediu a prisão preventiva, que deve acontecer assim que Francisco tiver alta do hospital.

adm

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