Por Pedro Rafael Vilela e Pedro Ivo de Oliveira
O presidente Jair Bolsonaro revelou, neste sábado (21), que foi descartada a suspeita de câncer de pele que estava sendo investigada nas últimas semanas. Segundo ele, o exame do material coletado da orelha esquerda deu negativo.
“Fiz a biópsia e não deu em nada. Se fosse câncer, qual é o problema? Eu falaria. Querem cortar a orelha? Então tira. Eu não estava preocupado com isso”, afirmou em entrevista no Palácio do Alvorada, residência oficial.
A entrevista com o presidente da República durou pouco mais de duas horas. O convite aos repórteres que cobrem a Presidência foi feito ontem (20), para que ele fizesse um balanço do primeiro ano de governo.
Bem-humorado, o presidente brincou que sente falta de sair na rua, tomar um caldo de cana e comer pastel. Perguntado sobre a rotina de surpreender a segurança presidencial com saídas e paradas não previstas, onde geralmente conversa com as pessoas, Bolsonaro disse que esse é o seu estilo.
“Eu estou bem com o povo, eu vejo isso. Faço isso porque eu gosto, é uma maneira de fazer uma coisa diferente. O cara que aperta uma mão, ele fica feliz. Imagina apertar a mão do presidente? O cara perde até as palavras, não sabe o que falar. Eu me sinto bem de apertar a mão de uma pessoa humilde”.
A preocupação com a segurança também explica o jeito imprevisível de avisar em cima da hora sobre os destinos. “[Se] tô folgado uma hora e meia, eu junto a segurança e falo ‘daqui a 15 minutos vou dar uma saída. Onde? Daqui a 10 minutos eu falo’. Se avisar, alguém que queira fazer uma maldade pode se preparar”.
O presidente admitiu que é um pouco descuidado com a saúde e dorme poucas horas por dia. “Sempre fui relaxado com minha saúde, como qualquer coisa, não respeito horário, tenho insônia. Segundo o Hospital Albert Einstein, sou campeão mundial em apneia do sono, que não é aquela da piscina, são aquelas paradas respiratórias durante o sono”.
Há cerca de 40 dias, ele chegou a temer um problema no intestino, ainda como reflexo das cirurgias que fez para se curar da facada que levou no ano passado, durante as eleições presidenciais, o que também foi descartado.
“Botei a tela, deu uma pequena crise há 40 dias atrás. Foi levantado que poderia ter uma aderência numa alça, a chance era pequena, mas talvez uma cirurgia de emergência, mas passou. Meu intestino está funcionando perfeitamente, sem problema”, disse o presidente.