O empresário Marcos Valério, acusado de aprimorar um método para desviar recursos públicos a fim de alimentar caixas eleitorais na década de 1990, contou ao Ministério Público de São Paulo que Lula é um dos mandantes da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
O depoimento do empresário, prestado na sede do Departamento de Investigação de Homicídios de Minas Gerais, foi obtido e divulgado pela revista Veja nesta sexta-feira (25/10). Apesar de estar em viagem pela China, Jair Bolsonaro comentou sobre o assunto utilizando suas redes sociais. Em sua publicação, o presidente afirmou “não estar surpreso” com a notícia.
Celso foi executado a tiros depois de ser sequestrado em 2002. A Polícia Civil sempre tratou o caso como um crime sem motivação política. No entanto, Marcos Valério afirmou que a situação é diferente. O empresário contou que o ex-deputado federal do PT, Professor Luizinho, “lhe confidenciou que Celso Daniel topou pagar com recursos da Prefeitura a caravana de Lula pelo país, antes da eleição presidencial de 2002, mas não teria concordado em entregar a administração à ação de quadrilhas e àqueles que visavam ao enriquecimento pessoal”.
Valério sustentou também que, depois de pagar a chantagem de Ronan Maria Pinto, conversou sobre o assunto com o próprio Lula. O promotor Roberto Wider quis saber de Valério se ele conversou com Lula sobre esse episódio. O empresário disse que sim. “Eu virei para o presidente e falei assim: ‘resolvi, presidente’. Ele falou assim: ‘ótimo, graças a Deus'”.
Mas não foi apenas isso. Valério contou ao promotor que Ronan Maria Pinto, quando exigiu dinheiro para ficar calado, declarou que não ia ‘pagar o pato’ sozinho e que iria citar o presidente Lula como ‘mandante da morte’ do prefeito de Santo André. Nas palavras de Valério, Ronan ia “apontá-lo como cabeça da morte de Celso Daniel”.